janeiro 22, 2025

Prefeitura de Feira mantém oito casas para acolher pessoas com transtornos mentais

 Prefeitura de Feira mantém oito casas para acolher pessoas com transtornos mentais

Em Feira de Santana, a Prefeitura Municipal mantém oito residências terapêuticas para o acolhimento a pessoas que sofrem de transtornos mentais e estão em condições de serem reinseridas na sociedade. Elas também possuem autonomia.

Vinculados à Secretaria Municipal de Saúde estes imóveis oferecem conforto adequado e são equipados com itens necessários a qualquer lar, como sofá, armários, utensílios de cozinha, televisor, geladeira, fogão, entre outros insumos.

Conforme o coordenador da Rede de Saúde Mental, Joadson Andrade, em cada uma das oito residências terapêuticas há cuidadores contratados pelo Município que atuam em escalas (dia e noite). Além disso, os moradores são acompanhados pela equipe multiprofissional dos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e também recebem assistência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

“As casas são destinadas a pessoas que sofrem de transtornos mentais classificados como severo ou moderado e estão em condições de serem reinseridas na sociedade, conforme prevê a lei 10.216 que versa sobre a reforma psiquiátrica. São pessoas que viveram por longos anos em hospitais psiquiátricos e que agora estão aptas a viverem em sociedade, podendo ter autonomia e dignidade”, explica.

Em cada uma dessas oito residências terapêuticas moram em média entre 5 e 7 moradores – somente uma delas que tem 9. São no total 50 pessoas. Estes imóveis alugados pela Prefeitura de Feira estão concentrados, sobretudo, nos bairros Brasília e Santa Mônica. Há também destas casas no Capuchinhos e Serraria Brasil.

“Os moradores vivem como uma família de forma afetiva embora não tenham vínculos sanguíneos. Alguns estão juntos há mais de 20 anos, desde o período que estiveram internados”, relata o coordenador ao observar que eles têm assegurado o direito de ir e vir, podendo seguir uma rotina normal de ir ao “mercadinho fazer compra ou à padaria junto com o cuidador”.

De acordo com Joadson Andrade, o acesso dessas pessoas às residências terapêuticas se dá mediante encaminhamento realizado através do programa de desinstitucionalização. São submetidos a avaliação conjunta das equipes de profissionais do hospital psiquiátrico e do CAPS. O mais velho entre os moradores possui 78 anos enquanto o mais jovem 34.

“Os pacientes que moravam no hospital eram avaliados e em conjunto, era trabalhado o preparo deles para voltar a morar fora do hospital. Importante critério para inclusão em residência terapêutica é ser portador de transtorno mental, está em situação de institucionalização e ter perdido vínculos com familiares. Nestas casas eles tiveram que reaprender a viver em sociedade”, pontua o coordenador da Rede de Saúde Mental.

O titular da Secretaria de Saúde, Rodrigo Matos, que nos últimos dias visitou as oito residências terapêuticas, afirma o compromisso da administração municipal com o bem-estar da população.

“É preciso ter o olhar sensível e cuidadoso com toda a população, sobretudo os mais vulneráveis. Esse é um compromisso nosso e estamos trabalhando para garantir que cada cidadão tenha o acolhimento digno e assistência humanizada”, afirma.

Secom- Foto: Valto Novaes

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