“Ansiedade e a tensão psicológica são os principais fatores de reprovação na obtenção da CNH”, coordenador da 3ª Ciretran

“O veículo é visto como uma “arma” e que a pessoa precisa estar bem treinada”
A polêmica proposta do governo federal que busca eliminar a obrigatoriedade das autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) acende um sinal de alerta entre os órgãos de trânsito. Em Feira de Santana, o coordenador da 3ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), Joelton Vieira, o nervosismo dos candidatos é o verdadeiro responsável pelas reprovações.
Segundo o coordenador, a ansiedade e a tensão psicológica são os principais vilões nos exames, superando qualquer deficiência de conhecimento ou de prática. Ele afirma que o índice de reprovação é considerado muito alto, e que o nervosismo é o que mais reprova, tanto no teste teórico quanto no prático, sendo um percentual similar em todo o país, inclusive em Feira de Santana.
A proposta do Ministério dos Transportes permite que o candidato se prepare para os exames, que continuam obrigatórios, por conta própria, via EAD para as aulas teóricas, ou com instrutores autônomos credenciados para as práticas. A medida visa reduzir o custo da CNH em até 80% e incluir os 20 milhões de brasileiros que dirigem sem habilitação.
No entanto, Vieira alerta que o alto índice de reprovação sugere que a população não está capacitada para concluir o processo de habilitação sem um treinamento formal. O receio é que, sem a obrigatoriedade da autoescola, a qualidade da formação caia, elevando o risco no trânsito. O coordenador lembra que o veículo é visto como uma “arma” e que a pessoa precisa estar bem treinada e capacitada para manuseá-lo.
Para a categoria A (motocicletas), a atenção precisa ser redobrada. O teste prático tem regras rigorosas, onde pequenos erros decorrentes do nervosismo levam à reprovação. O candidato pode perder o exame por falhas pontuais.
Apesar do risco de motoristas despreparados, o coordenador reconhece que a proposta pode beneficiar quem já tem experiência e precisa apenas regularizar a situação. No entanto, sua visão é clara: para garantir a segurança no trânsito, é crucial que haja uma forma de assegurar o preparo do condutor, e não apenas o barateamento do processo.
Blog Central de Polícia, com informações e fotos de Denivaldo Costa